Ele era uma criança levada, que não parava no lugar e não se concentrava em nada. Diziam que ele era hiperativo, mas pera aí? Como podia ser hiperativo uma criança que ao jogar videogame ou assistir um jogo do Flamengo na televisão ficava horas e horas parada sem ao menos piscar os olhos?
"Mal educado!!!!" " Sem limites!!!!" "Capeta!!!!" "Disperso!!!!" "Louco!!!" eram frases que ele comumente ouvia.
Ele sofria com isso, porém, sempre se considerou como os outros, pois tinha uma vida parecida com a dos seus amigos, mesmos hábitos, costumes, cultura, mas sempre fazendo as coisas muitas vezes sem pensar. Mesmo assim, ele não era somente defeitos, assim como perdia amigos facilmente, os recuperava com seu carisma e sua inteligência.
Inteligência que incomodava a muitos, pois não o viam estudar muito, se empenhar e mesmo assim colher como frutos, bons resultados... "Mas pera aí, ele nunca pode ser um bom aluno!" "Ele só pode estar colando".
Eis então que ele cresceu, a criança hiperativa mal educada virou um jovem. Ele, agora mais velho, continuava tendo muitos amigos, saía, se divertia e jogava muito bem futebol, algo em que definitivamente se concentrava e parecia até uma pessoa "normal"; ele era o capitão de seu time da escola, exercia toda sua liderança em quadra e se orgulhava muito disso.
Na sala de aula, parecia que sua liderança se tornava algo negativo, o fazia não ter forças para estudar, para prestar atenção, atrapalhava a turma, desconcentrava os professores e criava muitas inimizades. Inimizades essas que não acreditavam como ele podia obter bons resultados. E as vitimas de sua tenebrosa atitude sem limites? Ele não pode corresponder às expectativas.
Ele era o capitão do time, ele era querido.....
Ele era um menino problema; em sala de aula, ele era odiado.
Como sua vida não era feita só de futebol, ele foi campeão no campo, e foi derrotado fora dele; foi perseguido como um bandido sem direito a legítima defesa, afinal foi pego várias vezes em flagrante, com sua maligna hiperatividade e sua temível impulsividade.
Orgulhosamente, foi lhe dado o veredicto final, como um juiz que dá uma sentença a um réu, sua reprovação em matemática foi ovacionada pelos guardiões da boa conduta e da paz escolar, e sua consequente saída da escola como um início de um novo ciclo de alegria, sem ele, aquele menino, que jogava bem futebol, mas somente isso.
"Mal educado!!!!" " Sem limites!!!!" "Capeta!!!!" "Disperso!!!!" "Louco!!!" eram frases que ele comumente ouvia.
Ele sofria com isso, porém, sempre se considerou como os outros, pois tinha uma vida parecida com a dos seus amigos, mesmos hábitos, costumes, cultura, mas sempre fazendo as coisas muitas vezes sem pensar. Mesmo assim, ele não era somente defeitos, assim como perdia amigos facilmente, os recuperava com seu carisma e sua inteligência.
Inteligência que incomodava a muitos, pois não o viam estudar muito, se empenhar e mesmo assim colher como frutos, bons resultados... "Mas pera aí, ele nunca pode ser um bom aluno!" "Ele só pode estar colando".
Eis então que ele cresceu, a criança hiperativa mal educada virou um jovem. Ele, agora mais velho, continuava tendo muitos amigos, saía, se divertia e jogava muito bem futebol, algo em que definitivamente se concentrava e parecia até uma pessoa "normal"; ele era o capitão de seu time da escola, exercia toda sua liderança em quadra e se orgulhava muito disso.
Na sala de aula, parecia que sua liderança se tornava algo negativo, o fazia não ter forças para estudar, para prestar atenção, atrapalhava a turma, desconcentrava os professores e criava muitas inimizades. Inimizades essas que não acreditavam como ele podia obter bons resultados. E as vitimas de sua tenebrosa atitude sem limites? Ele não pode corresponder às expectativas.
Ele era o capitão do time, ele era querido.....
Ele era um menino problema; em sala de aula, ele era odiado.
Como sua vida não era feita só de futebol, ele foi campeão no campo, e foi derrotado fora dele; foi perseguido como um bandido sem direito a legítima defesa, afinal foi pego várias vezes em flagrante, com sua maligna hiperatividade e sua temível impulsividade.
Orgulhosamente, foi lhe dado o veredicto final, como um juiz que dá uma sentença a um réu, sua reprovação em matemática foi ovacionada pelos guardiões da boa conduta e da paz escolar, e sua consequente saída da escola como um início de um novo ciclo de alegria, sem ele, aquele menino, que jogava bem futebol, mas somente isso.
Ele chorou, perdeu seus amigos, sua escola, mas mais do que tudo isso, perdeu sua autoconfiança.
Não se esqueça de curtir e comentar, até a próxima.
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Fonte: www.tdah.org.br -
Associação Brasileira do Déficit de Atenção
PesNo
último Congresso Internacional da ABDA, apresentei durante uma palestra
um texto escrito por meu filho para a cadeira de filosofia do curso de
economia da PUC-RJ. O texto, cuja avaliação implicava em nota, foi
solicitado a cada aluno pelo professor da cadeira, com o objetivo de
conhecer um pouco da trajetória pessoal da turma. Ele, meu filho,
recebeu grau dez, fazendo com que todos nós chegássemos às lágrimas,
inclusive o próprio professor que acabara de conhecê-lo.
A
partir das inúmeras solicitações de cópias que tenho recebido do Brasil
inteiro, decidi postar o texto aqui no site. No entanto, na condição de
mãe, preciso fazer alguns comentários ligados ao texto que vocês lerão
em seguida.
Em
primeiro lugar, quero enfatizar que apesar de todas as dificuldades que
enfrentamos naquela época, em função da falta de informação sobre TDAH
por parte de algumas escolas, médicos, profissionais... talvez o pior
obstáculo com o qual nos deparamos tenha sido a arrogância, a
prepotência e a insensibilidade daqueles que se diziam educadores, mas
que optaram por EXCLUIR covardemente o que desconheciam, O TDAH
representado naquele momento pelo meu filho, para não terem que
experimentar o desafio e a impotência de encarar as suas próprias
limitações ou a ignorância que não ousa se superar pela busca do
conhecimento.
Aos
“terapeutas” que tanto insistiram na tese de que TDAH não existe, que
era uma doença inventada pela Indústria Farmacêutica, que a medicação
era absolutamente perigosa e desnecessária, que se tratava de “falta de
limites”, culpa minha, complexo de Édipo, blá, blá, blá.... Se por um
lado lamento o tempo perdido, por outro, agradeço-os por terem me dado à
oportunidade de olhar nos seus olhos e perceber o quanto estavam
equivocados, aprisionados no estreito universo daqueles que só admitem
uma corrente de saber - a própria.
A
escola, em especial aquela que sumariamente reprovou o meu filho por
não conseguir “ficar atento e ser muito agitado”, ao coordenador que
disse que “o conselho de classe era soberano para punir alunos que não
se esforçam”... a todos que um dia tentaram atrapalhar o seu caminho,
plagiando o poeta Mario Quintana, digo:
Eles passaram, ficaram no passado.
Meu filho é que era passarinho, voa com sucesso rumo ao futuro.
Meu filho é que era passarinho, voa com sucesso rumo ao futuro.
Finalmente,
meu afeto e eterna gratidão ao Prof. Paulo Mattos, grande amigo, por
ter mostrado ao meu filho um caminho que ele já acreditava não existir
e, ao Colégio A. Liessin pela forma acolhedora com que o recebeu, o que
fez toda diferença para que ele pudesse provar que o sucesso era
possível.
Iane Kestelman Presidente da ABDA
- See more at:
http://www.tdah.org.br/index.php?option=com_k2&view=item&id=108:tdah-um-depoimento&Itemid=121&lang=br#sthash.okAgYnno.dpuf
No
último Congresso Internacional da ABDA, apresentei durante uma palestra
um texto escrito por meu filho para a cadeira de filosofia do curso de
economia da PUC-RJ. O texto, cuja avaliação implicava em nota, foi
solicitado a cada aluno pelo professor da cadeira, com o objetivo de
conhecer um pouco da trajetória pessoal da turma. Ele, meu filho,
recebeu grau dez, fazendo com que todos nós chegássemos às lágrimas,
inclusive o próprio professor que acabara de conhecê-lo.
A
partir das inúmeras solicitações de cópias que tenho recebido do Brasil
inteiro, decidi postar o texto aqui no site. No entanto, na condição de
mãe, preciso fazer alguns comentários ligados ao texto que vocês lerão
em seguida.
Em
primeiro lugar, quero enfatizar que apesar de todas as dificuldades que
enfrentamos naquela época, em função da falta de informação sobre TDAH
por parte de algumas escolas, médicos, profissionais... talvez o pior
obstáculo com o qual nos deparamos tenha sido a arrogância, a
prepotência e a insensibilidade daqueles que se diziam educadores, mas
que optaram por EXCLUIR covardemente o que desconheciam, O TDAH
representado naquele momento pelo meu filho, para não terem que
experimentar o desafio e a impotência de encarar as suas próprias
limitações ou a ignorância que não ousa se superar pela busca do
conhecimento.
Aos
“terapeutas” que tanto insistiram na tese de que TDAH não existe, que
era uma doença inventada pela Indústria Farmacêutica, que a medicação
era absolutamente perigosa e desnecessária, que se tratava de “falta de
limites”, culpa minha, complexo de Édipo, blá, blá, blá.... Se por um
lado lamento o tempo perdido, por outro, agradeço-os por terem me dado à
oportunidade de olhar nos seus olhos e perceber o quanto estavam
equivocados, aprisionados no estreito universo daqueles que só admitem
uma corrente de saber - a própria.
A
escola, em especial aquela que sumariamente reprovou o meu filho por
não conseguir “ficar atento e ser muito agitado”, ao coordenador que
disse que “o conselho de classe era soberano para punir alunos que não
se esforçam”... a todos que um dia tentaram atrapalhar o seu caminho,
plagiando o poeta Mario Quintana, digo:
Eles passaram, ficaram no passado.
Meu filho é que era passarinho, voa com sucesso rumo ao futuro.
Meu filho é que era passarinho, voa com sucesso rumo ao futuro.
Finalmente,
meu afeto e eterna gratidão ao Prof. Paulo Mattos, grande amigo, por
ter mostrado ao meu filho um caminho que ele já acreditava não existir
e, ao Colégio A. Liessin pela forma acolhedora com que o recebeu, o que
fez toda diferença para que ele pudesse provar que o sucesso era
possível.
Iane Kestelman Presidente da ABDA
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No
último Congresso Internacional da ABDA, apresentei durante uma palestra
um texto escrito por meu filho para a cadeira de filosofia do curso de
economia da PUC-RJ. O texto, cuja avaliação implicava em nota, foi
solicitado a cada aluno pelo professor da cadeira, com o objetivo de
conhecer um pouco da trajetória pessoal da turma. Ele, meu filho,
recebeu grau dez, fazendo com que todos nós chegássemos às lágrimas,
inclusive o próprio professor que acabara de conhecê-lo.
A
partir das inúmeras solicitações de cópias que tenho recebido do Brasil
inteiro, decidi postar o texto aqui no site. No entanto, na condição de
mãe, preciso fazer alguns comentários ligados ao texto que vocês lerão
em seguida.
Em
primeiro lugar, quero enfatizar que apesar de todas as dificuldades que
enfrentamos naquela época, em função da falta de informação sobre TDAH
por parte de algumas escolas, médicos, profissionais... talvez o pior
obstáculo com o qual nos deparamos tenha sido a arrogância, a
prepotência e a insensibilidade daqueles que se diziam educadores, mas
que optaram por EXCLUIR covardemente o que desconheciam, O TDAH
representado naquele momento pelo meu filho, para não terem que
experimentar o desafio e a impotência de encarar as suas próprias
limitações ou a ignorância que não ousa se superar pela busca do
conhecimento.
Aos
“terapeutas” que tanto insistiram na tese de que TDAH não existe, que
era uma doença inventada pela Indústria Farmacêutica, que a medicação
era absolutamente perigosa e desnecessária, que se tratava de “falta de
limites”, culpa minha, complexo de Édipo, blá, blá, blá.... Se por um
lado lamento o tempo perdido, por outro, agradeço-os por terem me dado à
oportunidade de olhar nos seus olhos e perceber o quanto estavam
equivocados, aprisionados no estreito universo daqueles que só admitem
uma corrente de saber - a própria.
A
escola, em especial aquela que sumariamente reprovou o meu filho por
não conseguir “ficar atento e ser muito agitado”, ao coordenador que
disse que “o conselho de classe era soberano para punir alunos que não
se esforçam”... a todos que um dia tentaram atrapalhar o seu caminho,
plagiando o poeta Mario Quintana, digo:
Eles passaram, ficaram no passado.
Meu filho é que era passarinho, voa com sucesso rumo ao futuro.
Meu filho é que era passarinho, voa com sucesso rumo ao futuro.
Finalmente,
meu afeto e eterna gratidão ao Prof. Paulo Mattos, grande amigo, por
ter mostrado ao meu filho um caminho que ele já acreditava não existir
e, ao Colégio A. Liessin pela forma acolhedora com que o recebeu, o que
fez toda diferença para que ele pudesse provar que o sucesso era
possível.
Iane Kestelman Presidente da ABDA
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